SOBRE O LIVRO | 16x23 | 392 PÁGINAS
Trata-se aqui das memórias de um professor da Educação Profissional em nível médio de uma Instituição Federal de Ensino. Contadas sob a ótica de história, estórias e causos os acontecimentos se entrelaçam em vários momentos da narrativa. A trajetória descrita perpassa mais de quatro décadas, iniciando a partir das origens do autor com a presença marcante de seus pais e uma inesperada mudança de rumo. Relembra o desencanto na primeira escola e o encanto de um professor significativo de sua formação profissional. Uma viagem de trem para a cidade natal, um doloroso acidente na fazenda dos tios e uma adolescência atribulada em Belo Horizonte entrelaçada com possíveis acasos e decisões podem ter sido as razões que o levaram a se matricular como aluno dos Cursos Técnicos da Escola de Engenharia de Juiz de Fora. Estas circunstâncias, provavelmente, são algumas das causas que levaram o autor ao caminho do magistério, via principal de seu destino. As lembranças trazem à tona a interessante faceta vivenciada pelos docentes das décadas 60/70 que apesar de lotados em instituição pública federal eram então contratados pelo regime CLT como aulistas e remunerados por aulas dadas gerando o provável interesse do professor de ter o maior número de aulas que fosse possível. Os causos, relatados sob o prisma das experiências vividas enquanto diretor, principalmente aqueles referentes à administração superior institucional e o planalto central, pode ser uma interessante fonte de observação no que se refere à gestão dos problemas de uma escola, suas causas e as buscas de soluções. À par dos sucedidos rememorados, o texto aponta ainda interessante e nova perspectiva onde se levanta a hipótese de que a gênesis dos Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica pode não ter acontecido a partir do Decreto de 1909, conforme apregoa o próprio MEC. Finalizando, segue então uma oportuna abordagem da relação professor-aluno através da visão interativista mostrada sob a pitoresca analogia com vasos comunicantes que facilita sobremaneira o entendimento deste complexo relacionamento.
Juiz de Fora, outono de 2019.