SOBRE O LIVRO | 14x21 | 152 Páginas
Não conte o caro leitor encontrar sempre na poesia a sapiência dogmática dos grandes pensadores. O que deve transitar pelos poemas será sempre a liberdade de expressar um estado de alma – que é por onde se prende e o poeta.
No contato com os textos logo será percebido o dissipar de uma obra filosófica, doutoral.
Encontrará, o meu querido ledor, uma seara proficiente e abundante de fantasias, sonhos, quimeras, Ilusões e desilusões.
É contradita a alma do poeta. Daí essa inusitada viagem do real por caminhos irreais – é curta a visão real, mas o percorrer das fantasias é infinito.
Assim, por um espírito de contradição, quando o poeta mais sofre uma desilusão é justamente quando ele produz seus mais belos versos.
Antes de ser um idealista, ele é um prosador. Suas prosas são sonhadas, e dependendo de cada uma, verossímeis ou não. Por isso, ali ele apresenta um misto de sonhos, realidades, fantasias, verdadeiros fragmentos de sua alma pueril e da sua racionalidade.
Ele divaga e passeia pelas nuvens, mas sempre acorda na terra, onde ele ama, canta, pranteia.
O poema, então, vagueia pelos confins da plenitude etérea aos últimos crepúsculos de uma alma em absoluto êxtase, nua, sedenta de beleza, mas explodindo de sensibilidade. E o poeta, esse doidivanas consciente, vai narrando seus vastos roteiros através de sua poesia, esta fidalga, que o domina, mas que o realiza.